quarta-feira, setembro 17, 2008
domingo, setembro 14, 2008
Presente
Me largo.
No lago ao lado do seu.
Não possuo fontes nem rios.
Não vejo paisagens nem mensagens.
Não creio em mim nem em ti.
Sou o que quiser que seja.
Sou o que quero ser.
E sempre serei.
Mesmo que seus olhos me condenem.
Mesmo que sua boca me devore.
Mesmo que suas mãos tentem, em vão, me agarrar.
Sou o que sempre quis ser.
Apesar das limitações.
Das imitações.
Distorções.
Acho que me achei
Sem ter me procurado.
Te dou um recado:
Agora me deixe.
Eu sou.
terça-feira, setembro 02, 2008
É
No meu mundo mudo e desnudo
Tento de tudo para deixar de ser sempre nulo.
Apesar dos abismos escuros e escusos
Os espasmos não são mais sonoros que soluços.
As garras agarram a rocha crua e dura
Mas os braços se dilaceram num abraço escasso.
Eternidade...
Tento de tudo para deixar de ser sempre nulo.
Apesar dos abismos escuros e escusos
Os espasmos não são mais sonoros que soluços.
As garras agarram a rocha crua e dura
Mas os braços se dilaceram num abraço escasso.
Eternidade...
sexta-feira, agosto 29, 2008
Amor,oras!
Faca oxidada contra a polpa verde,
é roxo o amor.
De amoras, não.
De dor.
Adélia Prado
"Não quero faca, nem queijo. Quero a fome"
domingo, agosto 24, 2008
terça-feira, agosto 19, 2008
domingo, agosto 17, 2008
(Muda)nça
A casa, antes invisível, agora é enorme.
Muitos saltos. Muitos passos.
Da porta da frente até o porão, algumas lágrimas são deixadas no piso já um pouco gasto, porém firme.
A música agora toca de manhã.
Muitos saltos. Muitos passos.
Da porta da frente até o porão, algumas lágrimas são deixadas no piso já um pouco gasto, porém firme.
A música agora toca de manhã.
Por dentro continua um pouco frio, um pouco quente.
As palavras são ditas.
As palavras são ditas.
Os olhares são desviados.
O coração já não bate mais em perfeita harmonia.
Harmoniosamente ele se separa, se parte, se quebra.
Os cacos?
Harmoniosamente ele se separa, se parte, se quebra.
Os cacos?
Guardo.
Comigo.
Um dia, quem sabe, servirão pra alguma coisa.
Ou pra coisa alguma.
Agora eu respiro melhor.
Agora eu respiro melhor.
Eu sinto o ar.
Não digo que não me entristeço.
Não digo que não me entristeço.
Sim.
Estou triste.
Mas estou aliviada.
Não há mudança sem um pouco de dor.
Mas as passadas são largas e são firmes.
Está tudo do jeito de sempre.
Não há mudança sem um pouco de dor.
Mas as passadas são largas e são firmes.
Está tudo do jeito de sempre.
Só que o pensamento mudou.
Falo pra o novo.
Estou muda para o que não me faz melhor neste mundo.
Agora eu sei disso.
Falo pra o novo.
Estou muda para o que não me faz melhor neste mundo.
Agora eu sei disso.
domingo, agosto 10, 2008
Descanso
Quando eu for,
um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso...
Mário Quintana
A inata prepotência
E um dia os homens descobrirão que esses discos voadores estavam apenas estudando a vidas dos insetos...
sexta-feira, agosto 01, 2008
Deixe
Amor, então,também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.
Leminski
Temos de nos tornar a mudança que queremos ver no mundo.
quarta-feira, julho 30, 2008
domingo, julho 27, 2008
Houve um tempo
sábado, julho 26, 2008
O vôo
Somos donos de nossos atos,
mas não donos de nossos sentimentos;
Somos culpados pelo que fazemos,
mas não somos culpados pelo que sentimos;
Podemos prometer atos,
mas não podemos prometer sentimentos...
Atos são pássaros engaiolados,
sentimentos são pássaros em vôo.
Mário Quintana
sexta-feira, julho 25, 2008
Ao amor da minha vida
O amor da minha vida eu encontrei, tem nome, é de carne e osso, e me ama também. Agora falta encontrar alguém com quem possa me relacionar. É que o homem da minha vida não cabe em mim e eu não caibo nele. Não basta que a gente se queira há muitos anos. Não basta nossos namoros longos, os rompimentos e a teimosia de desejar mais daquilo que não há de ser. Não presta que ele me visite pra acabar com as saudades e fuja correndo de pernas bambas e um bumbo no peito. Não importa que eu esqueça meu nome depois, nem que me perca num oco, ou que os sentimentos corram de ambos os lados, intensos e desarvorados. Não basta que haja amor para se viver um amor. Eu e ele somos as cruzadas da idade média, o Osama e o Tio Sam, o preto e o branco da apartheid, o falcão e o lobo, o Feitiço de Áquila. Seus mistérios me perturbam e minha clareza o ofusca. Tenho fascínio pelo plutão que ele habita, e ele vive intrigado por minha vênus, mas quando eu falo vem, ele entende vai. Enquanto ele avista o mar eu olho pra montanha. Quando um se sente em paz o outro quer a guerra. É preciso me traduzir a cada centímetro do caminho enquanto ele explica que eu também não entendi nada. Discordamos sobre o tempo, o tamanho das ondas, a cor da cadeira. O desacerto é de lascar, e não há cama que resista a tantas reconciliações - um dia a cama cai.
Maitê Proença
Maitê Proença
porque o texto caiu como uma luva, assim como a cama da Maitê e de tantas outras
quinta-feira, julho 24, 2008
É preciso continuar
Me viro e vejo o que deixei pra trás.
Sonhos, gostos, amigos e um pouco mais.
Corro de ré pra tentar resgatar aquilo que perdi no meio do caminho.
Algumas estão gastas, outras em decomposição.
Mas não descartáveis.
Era assim antes, será assim agora.
Vou me libertar da dominação de clichês que sempre foi minha vida.
Se perguntarem por que estou triste, não sei responder.
Não sinto mais nada além de alívio e medo.
Mas um medo bom, que me faz ser forte.
Há o amor, que é bonito, mas não foi o bastante.
Lá fora o sol brilha como se fosse o último dia.
O último de hoje, o primeiro de amanhã e outros.
As palavras serão comedidas.
Os olhares, fechados.
Vou acreditar.
Tenho.
Mas há algo em mim que foi quebrado e os cacos ficaram espalhados pelo chão.
Como "ele"...
Juntar dá tanto trabalho, que por fim, eu simplesmente ignoro e tento reconstruir qualquer coisa com o que restou.
O sorriso deles, a alegria deles, a vida.
Isso que me mantém.
De pé.
sexta-feira, julho 18, 2008
quinta-feira, julho 17, 2008
quarta-feira, julho 09, 2008
Dói tudo
"Ah, milhares de pessoas
não têm coragem
de pelo menos prolongar-se
um pouco mais nessa coisa
desconhecida que é sentir-se feliz,
e preferem a mediocridade."
sábado, julho 05, 2008
É lindo! É lindo! É lindo!
what are we coming to?
what are we gonna do?
blame it on the black star
blame it on the falling sky
blame it on the satellite that beams me home.
the troubled words of a troubled mind I try to understand
what is eating you.
I try to stay awake but its 58 hours since that I last
slept with you.
what are we coming to?
I just don't know anymore.
blame it on the black star
blame it on the falling sky
blame it on the satellite that beams me home.
I get on the train and I just stand about now that I don't
think of you.
I keep falling over I keep passing out when I see a face
like you.
what am I coming to?
I'm gonna melt down.
[ Black Star, Radiohead ]
quinta-feira, julho 03, 2008
Impressionista
"Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo".
Assinar:
Postagens (Atom)