sábado, outubro 02, 2010

Que seja assim...



Tão bom no tom nós dois sem depois

sem dó nem piedade sem idade

só beijo desejo pele sexo e amor

Desejo


E não era antes.

Nem depois.

era agora.

Sem demora.

Me jogo nos seus braços

Pernas...

Me devora.

quarta-feira, setembro 01, 2010

perdão




"Não tenho nada a ver com não gostar de mim.

Me aceito impura, me gosto com pecados,

e há muito me perdoei."

quinta-feira, julho 22, 2010

Amor feinho



Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado, é igual fé,
não teologa mais.
Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho.

- Adélia Prado -

quinta-feira, julho 08, 2010

Lição


É...
"Eu estava em paz quando você chegou", como diria aquela música linda...
Estava...agora me torturo o tempo todo, estou aos prantos por dentro, comendo chocolates como uma doente, sentindo sono o tempo todo, perdendo a noção de certas coisas importantes, sentindo ciúmes ( coisa rara!), querendo gritar, chorar, estapear, esmurrar, berrar, quebrar tudo.
Mas que coisa estranha. Mesmo sentindo tudo isso, eu me sinto bem. Porque percebo que não tem remédio, que não tem jeito e que o que você promete não vai acontecer nunca. Vejo os recados, as declarações, e são sinceras e atuais. São verdadeiras. Mas não são pra mim. Não posso me meter nisso. Não quero. Ou melhor, queria. "Mas eu e você, você e eu, juntinho", como diria outra música. Quando fico deprimida, fico musical. Mas tudo, nesse fim de semana, ficou claro como o dia. Percebi que não há lugar pra mim. Que o que sinto vai crescer e não vou ter onde colocar. Que nossas palavras são sinceras sim, mas as suas são divididas. As minhas são só pra você. Percebi, que, com isso, estou começando a me sentir muda delas. Ou, elas saem de mim, mas vão bater no vácuo. Ou elas voltam como um bumerangue, sem sentido.Percebi que não adianta, que não há solução pra mim. Senti que eu vejo as coisas de uma forma, mas você não. Me senti, como a Disneyworld...um parque de diversões. Percebi que sinto demais a sua falta e que sou ciumenta com você. Percebi que sou egoísta e que queria você comigo agora. Mas percebi, que não vai acontecer. Você fala em segurança, mas como posso dar uma coisa que eu também não tenho? Percebi que, então, sendo assim, preciso ser forte e voltar pro lugar que estava antes de você reaparecer e bagunçar a minha paz. Mas sei, que, vou sofrer o diabo por causa disso, mas vou superar. Já superei um dia. Sei, agora, que o que você tem lá, é muito forte e muito sincero e que você não vai tomar a decisão que me fará feliz. Mas também sei, que, o que você sente por mim, é de verdade. Não duvido. Dá pra sentir. Mas você tá envolvido demais por lá pra vir pra cá comigo e me dar as mãos e caminhar do meu lado. E sermos, enfim, um só. Você não vai fazer isso, apesar de , talvez, você assim o desejar. Percebi que é uma pena, pois a gente se dá tão bem e é tão gostoso ficar do seu lado. Ouvir sua voz. Sentir o seu cheiro. Beijar a sua boca. Mas, vi, que, se eu continuar nesse estado de encantamento, quando o feitiço se esvair, serei eu a cair no chão e a tomar um tombo e tanto. Tenho, agora, certeza de que essa situação não irá mudar. Não cobro nada, apenas lamento e sofro. Pois seria mágico. Como é. E como sempre foi. Mas pela metade nós não somos nós. Eu choro por dentro e por fora. O que vou fazer daqui pra frente, ainda não sei. Tô confusa demais pra saber disso. Mas sei que o amor existe e é forte. Mas não é meu esse amor. Não é pra mim. E o amor que você diz ter por mim, o sentimento, que seja, não é tão importante assim. Mas agora eu sofro. Mas o sofrimento transforma. Provoca uma catarse. Me faz ressurgir, depois, como uma fênix, mais serena, mais experiente e mais forte. Assim espero que seja, pois estou em pedaços. E as partes estão todas misturadas e não consigo encaixar nada agora. Sou como um vaso quebrado, um caco de vidro do meio do assoalho, como diria o grande e maravilhoso Fernando Pessoa. Se eu vou te esperar? Sim, posso esperar, se quiser. Por um tempo. Mas não posso esperar dessa forma. Não é certo. Nem comigo. Nem com você. Nem com ninguém. Mas, tudo bem. "Espero que esteja feliz e bem acompanhado" (outra música...rs). No final tudo dá certo, né?
Enquanto isso, pra aliviar minha solidão e minha frustração e também minha decepção com relação ao amor e todos os seus derivados ( sim! Eu não acredito mais nesse fanfarrão!) eu me recolho aos meus quadros, meus escritos e minha vida. Não tão em paz. Não uma paz, totalmente. Mas, a paz, afinal.

segunda-feira, julho 05, 2010

Ai, ai, João Cabral de Melo Neto...


O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato.
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço.
O amor comeu meus cartões de visita.
O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas.
O amor comeu metros e metros de gravatas.
O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus.
O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas.
Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X.
Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia.
Comeu em meus livros de prosa as citações em verso.
Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete.
Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa.
Bebeu a água dos copos e das quartinhas.
Comeu o pão de propósito escondido.
Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas.
O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras.
Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade.
Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré.
Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia.
Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas.
Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam.
Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta.
Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra.
Meu dia e minha noite.
Meu inverno e meu verão.
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.

sexta-feira, junho 04, 2010

eu X eu



Eu fui persuadida
não pelos outros
mas por mim...
a me deixar
cair
no chão
um corpo flácido
daqueles que não se enchem facilmente
mas calmo
e tranquilo
que não se alteram.
Eu fui persuadida
a me deixar.

segunda-feira, maio 17, 2010

Sanguíneo


"Se tens um coração de ferro, bom proveito.
O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia".

- Saramago -

sexta-feira, maio 14, 2010

dissilábica(mente)


tato macho
alto tacho
taco tucho
cato meto
toco morto
tanto tosco
mesclo sonho
canto tango
sento dentro
endo indo
ando venho
vogo rosco
acho perco
mordo lambo
bronco solto
preso leve
salto piso
bato lindo
fosco tinjo
pronto rouco
tenho lenço
prenho prêmio
sino tino
sina minha.

quinta-feira, maio 13, 2010

Em preto e branco


E agora que me vi sendo o que sempre achei que não seria eu me pego sem sensatez na selvageria que minha vida se sente mas na verdade nada disso se suga de simples sensações pois sim é uma palavra sem sentido e não talvez nem sempre é perspicaz me sento então em frente à sala da minha alma e sei que posso sentir o silêncio sem salivar não espero saudades nem sonetos não quero a desilusão plena de saber que minha vida se gasta e que eu não me gasto dela sem saber que os melhores estão sempre aqui agora quero os versos mais cegos e tortos que um dia eu farei ou me darão não sigo um caminho eu faço.

sábado, maio 08, 2010

No alvo


Nos meus erros
Vou tentando me acertar.
Tomara que minha pontaria
Melhore da próxima vez.

sábado, abril 24, 2010

Brilho eterno...




LINDO. SENSÍVEL. MARAVILHOSO.







"Feliz o destino da inocente vestal. Esquecendo o mundo e por ele sendo esquecida. Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Toda prece é ouvida, toda graça é alcançada..."

quinta-feira, abril 22, 2010

Requiem para um sonho


Um soco no estômago. Ou no saco, como diria um amigo meu.
Atores muito bem escolhidos.
A música idem.
Belíssimas cenas.
Cores.
Tema forte.
Um filme que te faz chorar pela força e gravidade da situação.
Que te faz pensar nos sonhos.
E como que eles podem ser desfeitos com tanta brutalidade.
Que te põe no alto, pra enxergar de baixo.
Que revela carências, fraquezas, covardias.
Que te inibe quando você deveria gritar.
Te bate na cara.
Te dá um safanão.
Te chuta e te traz de volta.
Te senta na poltrona e te cospe na cara.
Um filme que merece ser visto.
E pensado.
Oh! Meu Deus!
Obrigada por diretores, atores, roteiristas, músicos, diretores de fotografia, de arte, figurinistas, continuistas e etc...
Obrigada pelo cinema!!!

quarta-feira, abril 21, 2010

Ensaio sobre a cegueira

Hoje vi um filme ( dos 6 que aluguei! Vixe!) que não posso deixar de falar sobre ele aqui no meu blog. ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA. Roteiro tirado do livro homônimo do Saramago e dirigido por Fernando Meirelles. Pra mim, juntou a fome com a vontade de comer: Saramago e Meirelles. Dois nomes que admiro. Infelizmente, esse livro do Saramago eu ainda não tinha lido, mas pretendo fazê-lo logo. Do filme, eu não poderia esperar coisa melhor. A história é envolvente, humana, dolorosa, aflita, desesperada, redentora,primitiva, assim como nós. A cegueira branca, que nos faz, na verdade, enxergar. Nos tira da "nossa cegueira adquirida" e nos liberta. Que provoca a catarse. Que nos faz ir até o fundo, até o nosso lado mais primitivo, para enfim, começar uma evolução novamente. Que põe à prova Deus e todo o nosso lado "santo" e "correto". Até que ponto o ser humano resiste a si mesmo? A história é belíssima. De arrancar lágrimas, pois a gente "vê" tanta humanidade ali, dentro dela.

O filme é super bem dirigido, é óbvio, não poderia ser diferente. O tratamento da imagem é fantástico. Os atores, muito bem escolhidos. Muito bem dirigidos. A trilha. Tudo.

Apesar de ser uma história angustiante e munida de uma seriedade latente, o filme conta com algumas cenas de humor, mesmo que sutis. Uma, quando a personagem do ator Gael ( totalmente cego ) canta no microfone a música de Steve Wonder, outra, quando a personagem de Danny Glover pede, num momento de votação, para aqueles que estivessem de acordo levantassem as mãos.

Enfim...Um filme que recomendo com prazer para todos. Aqueles que conhecem Saramago sabem do que estou falando. E aqueles que não o conhecem, já é um bom começo.

Vejam.

sexta-feira, abril 16, 2010

Crônica do Amor


Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão.
O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano.
Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante.
Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam.
Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você.
Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste.
Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário.
Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha.
Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga.
Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas.
Por que você ama este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente.
Lê livros, revistas, jornais.
Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita.
Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar.
Independente, emprego fixo, bom saldo no banco.
Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo.
Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa.
Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC.
Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é!
Pense nisso.
Pedir é a maneira mais eficaz de merecer.
É a contingência maior de quem precisa.

-Arnaldo jabor-

quinta-feira, abril 15, 2010

Chega de palhaçada!


Já faz tempo, venho notado algumas atitudes de algumas pessoas em minha vida.
O grau de envolvimento. O sentido de amizade. O valor que dão na mesma.
Por alguns momentos, me entristeço.
Por outros, me conformo.
A vida é assim mesmo.
A gente sempre espera muito das pessoas, mas elas não podem nos dar.
Eu posso.
Mas agora vou oferecer bem menos também.
É aquela frase: "tem gente que dança conforme a música".
Eu não.
Eu danço a minha música, que é sempre a mesma em qualquer situação.
Sou eclética, mas sou fiel.
Mas também, agora, adoto a seguinte frase, do querido Frejat: "chega de passar a mão na cabeça de quem te sacaneia".
Porque eu sou a idiota que ainda acredita na veracidade de sentimentos das pessoas.
Mas estou deixando de ser.
Infelizmente, como diria uma outra pessoa, que não me lembro:"numa sociedade de lobos, é preciso aprender a uivar".
E é isso que estou fazendo.
Tiro uma pausa para pensar nessas coisas.
E outra para colocá-las em prática, na minha vida.
Agora vai ser assim.
Posso ser boazinha, mas não sou palhaça.
Allea Jacta Est.

sábado, abril 10, 2010

A alegria na tristeza


O título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se "Alegría de la tristeza" e está no livro "La vida ese paréntesis" que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada.

- Martha Medeiros -

domingo, março 21, 2010

Passando



Passo
transpondo
meus passos
em descompasso

quarta-feira, março 03, 2010

Insônia


Com teu cheiro
E o gosto do teu beijo
Eu me perco
Me largo
Nas demoras
Derradeiras auroras
A noite devia
Ter 24 horas.

terça-feira, março 02, 2010

Across the Universe


Across the Universe tbm é psicodélico algumas vezes, mas é alto astral, p frente, p cima, é leve, é suave. E é BEATLES, dude!Apesar de ser uma história já meio batida: anos 60/70, casal apaixonado, rock'n'roll, Vietnã, etc...é lindo!Adorei o trabalho de atores, as músicas escolhidas, as personagens, as sutilezas como: o desenho da maçã, o morango, as personagens Sadie e Jo-Jo ( Janis e Hendrix), adorei ver Joe Cocker triplo com sua voz ainda potente e inconfundível em "Come Together", salma hayek, não sou mto fã de Bono mas ele fez bem a sua parte, os nomes dos protagonistas ( Jude e Lucy), Liverpool, a homossexualidade triste e reprimida de Prudence, "Don't let me down" no telhado.Enfim...achei um filme gostoso. Na verdade sou e sempre fui fã dos anos 60/70 e tudo que esteja relacionado a essas décadas. Sua história, sua música, artistas, ideologias, juventude, cinema, literatura, tudo. É bom saber que existem filmes musicais bem mais interessantes e com conteúdo. Fora HSM!!! Você assiste e sente alguma coisa boa quando acaba. Filmes têm que produzir algo dentro das pessoas. Tem que haver transformação, qualquer que seja. Algum questionamento, alguma mudança. mesmo que pequena ou momentânea. Filmes que não nos despertam nada, é NADA! É lixo. Perda de tempo. Não é arte.

A gente precisa de ARTE! A gente precisa de AMOR! Tudo que a gente precisa é disso.

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Ahhh....Raduan....


Não tente mais me contaminar com a tua febre,
me inserir no teu contexto,
me pregar tuas certezas,
tuas convicções e outros remoinhos
virulentos que te agitam a cabeça.
Pouco se me dá,
se mudam a mão de trânsito,
as pedras do calçamento
ou o nome da minha rua,
afinal,
já cheguei a um acordo perfeito com o mundo:
em troca do seu barulho,
dou-lhe o meu silêncio.

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Ontem...

Ontem foi um dia produtivo. Fui na minha terapeuta, pois estou meio necessitada. Foi ótimo! Sempre é! Como sempre, Mi me fez enxergar algumas coisas que estavam nubladas pelo meu emocional exacerbado e me fez tomar as rédeas da minha vida ( de novo!). Enfim...cheguei em casa bem aliviada e disposta a realizar algumas mudanças significativas ( pelo menos para mim ) em meu modo de agir e de me relacionar com o meio. Na verdade, algumas coisas fantásticas acontecem de vez em quando na minha vida. Estava passando pela sala de jantar, quando reparei que a estante de livros comunitária ( porque tenho uma só minha) estava com a porta aberta. Fui fechá-la quando me deparo com um livro que comprei para minha querida mãe há um tempo atrás. O livro se chama "COMER, REZAR, AMAR", de uma escritora americana, de 36 anos, chamada Elizabeth Gilbert, ou, mais precisamente, Liz Gilbert. Minha mãe nem chegou a ler o livro até o fim. Mas o fato é que eu senti uma leve intuição de que deveria ler. E foi o que fiz. O mais interessante é que o livro conta a história de Liz em uma viagem de autoconhecimento, prazeres e espiritualidade por 3 países: Itália, Índia e Indonésia. Em cada um dos três, ela está em busca de algo específico. A história é ótima e estou profundamente apaixonada pelo livro. Veio até mim no momento exato. Mas o que me chama mais atenção, além de Liz ser uma puta escritora, é que ela é muito parecida comigo. Ou melhor, a vida dela, em alguns setores, é muito parecida com a minha. Teve um casamento fracassado, é emocionalmente desesperada, se apaixona perdidamente em uma única noite, escolhe mal, acredita demais, se entrega demais, é depressiva, toma remédios ( ou tomava!...), enfim...e no final, sempre se dá mal. Mas ainda não acabei de ler...ainda estou "comendo" o livro na Itália...falta "rezá-lo" e "amá-lo" ( amar mais, pois já estou amando). E, com certeza, ela vai conseguir se dar bem.
Bem, disse isso tudo para confirmar a minha teoria sobre mim:
Tenho um problema meio sério no setor dos relacionamentos amorosos, uma coisa meio tipo: "Sorte no jogo, azar no amor", entende? O foda é que nem no jogo tenho sorte. Em face disto, comecei a liberar minha mente da ansiedade noturna ( diurna e vespertina também!) aff, por que tenho que ser geminiana? Continuando: como não tenho muita sorte nos relacionamentos, Deus me deu o dom de ter sorte nos livros. Me dou mal com homens, mas me dou bem com livros! Não é o máximo? Não. Nem tanto, eu sei. Mas pelo menos é um consolo. Ao invés de perder tempo pensando, matutando, sofrendo por algum sentimento não correspondido, eu caio de cabeça em alguma história deliciosa e envolvente. Fico encantada durante um tempo. Rio, sofro, choro, suspiro e fico mais culta! Ê coisa boa! E não preciso esperar reciprocidade, pois ela já está lá embutida.
Ai, cansei...tenho muito mais pra falar, mas ainda não acabei de ler o livro. Tô com fome já. Vou lá acabar de "comê-lo" e depois venho fazer mais anotações.
Minha vida amorosa tá uma merda. Mas tô amando do jeito que tá. Tá bem, nem tanto.
Não tenho mais certeza de nada na minha vida. A única certeza que tenho é que quero comer pizza em Nápoles!!!! E aprender italiano!!! Va benne...

sexta-feira, janeiro 22, 2010

reflexoes sem pontuacao

Nem tudo se parece comigo
por isso eu me abrigo
nos seus meios e cabelos
nao me importo sde nao tenho acentos
tenho um teclado capenga
e uma cabeca cheia de ideias....
se voce nao concorda comigo
entao ja era
agora eu to aqui contigo
e meu destino so deus sabe....
vou acabar de beber e sair pra distrair...
por hoje e so....

quinta-feira, janeiro 21, 2010

é assim que me sinto agora


Eu não sei o que o meu corpo abriga
Nestas noites quentes de verão
E nem me importa que mil raios partam
Qualquer sentido vago de razão
Eu ando tão down...

E as paredes do meu quarto vão assistir comigo
À versão nova de uma velha história
E quando o sol vier socar minha cara
Com certeza você já foi embora
Eu ando tão down...

quarta-feira, janeiro 13, 2010

O que...


Deve ser alguma coisa que sobra que se envaidece que se esquece. Deve ser algo que murcha que derruba que enruga. Deve ter algo de vazio de arredio de sombrio. Talvez um arrepio um suspiro um desvario. Essa minha insensatez ainda acaba comigo. Chega da mesma forma com que se vai. E sempre saio ferida.

sexta-feira, janeiro 01, 2010

2010!


E é isso, gente. 2010 chegou. Tá aqui já. E o que faremos? Seremos os mesmos e continuaremos vivendo como os nossos pais? Ou faremos algo para, realmente mudar alguma coisa? Vamos levantar a bunda da cadeira e começar a nos mexer. A faxina não vai ser fácil. Bom ano novo para todo mundo. E muito discernimento e compreensão.