sábado, abril 24, 2010

Brilho eterno...




LINDO. SENSÍVEL. MARAVILHOSO.







"Feliz o destino da inocente vestal. Esquecendo o mundo e por ele sendo esquecida. Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Toda prece é ouvida, toda graça é alcançada..."

quinta-feira, abril 22, 2010

Requiem para um sonho


Um soco no estômago. Ou no saco, como diria um amigo meu.
Atores muito bem escolhidos.
A música idem.
Belíssimas cenas.
Cores.
Tema forte.
Um filme que te faz chorar pela força e gravidade da situação.
Que te faz pensar nos sonhos.
E como que eles podem ser desfeitos com tanta brutalidade.
Que te põe no alto, pra enxergar de baixo.
Que revela carências, fraquezas, covardias.
Que te inibe quando você deveria gritar.
Te bate na cara.
Te dá um safanão.
Te chuta e te traz de volta.
Te senta na poltrona e te cospe na cara.
Um filme que merece ser visto.
E pensado.
Oh! Meu Deus!
Obrigada por diretores, atores, roteiristas, músicos, diretores de fotografia, de arte, figurinistas, continuistas e etc...
Obrigada pelo cinema!!!

quarta-feira, abril 21, 2010

Ensaio sobre a cegueira

Hoje vi um filme ( dos 6 que aluguei! Vixe!) que não posso deixar de falar sobre ele aqui no meu blog. ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA. Roteiro tirado do livro homônimo do Saramago e dirigido por Fernando Meirelles. Pra mim, juntou a fome com a vontade de comer: Saramago e Meirelles. Dois nomes que admiro. Infelizmente, esse livro do Saramago eu ainda não tinha lido, mas pretendo fazê-lo logo. Do filme, eu não poderia esperar coisa melhor. A história é envolvente, humana, dolorosa, aflita, desesperada, redentora,primitiva, assim como nós. A cegueira branca, que nos faz, na verdade, enxergar. Nos tira da "nossa cegueira adquirida" e nos liberta. Que provoca a catarse. Que nos faz ir até o fundo, até o nosso lado mais primitivo, para enfim, começar uma evolução novamente. Que põe à prova Deus e todo o nosso lado "santo" e "correto". Até que ponto o ser humano resiste a si mesmo? A história é belíssima. De arrancar lágrimas, pois a gente "vê" tanta humanidade ali, dentro dela.

O filme é super bem dirigido, é óbvio, não poderia ser diferente. O tratamento da imagem é fantástico. Os atores, muito bem escolhidos. Muito bem dirigidos. A trilha. Tudo.

Apesar de ser uma história angustiante e munida de uma seriedade latente, o filme conta com algumas cenas de humor, mesmo que sutis. Uma, quando a personagem do ator Gael ( totalmente cego ) canta no microfone a música de Steve Wonder, outra, quando a personagem de Danny Glover pede, num momento de votação, para aqueles que estivessem de acordo levantassem as mãos.

Enfim...Um filme que recomendo com prazer para todos. Aqueles que conhecem Saramago sabem do que estou falando. E aqueles que não o conhecem, já é um bom começo.

Vejam.

sexta-feira, abril 16, 2010

Crônica do Amor


Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão.
O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano.
Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante.
Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam.
Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você.
Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste.
Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário.
Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha.
Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga.
Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas.
Por que você ama este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente.
Lê livros, revistas, jornais.
Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita.
Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar.
Independente, emprego fixo, bom saldo no banco.
Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo.
Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa.
Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC.
Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é!
Pense nisso.
Pedir é a maneira mais eficaz de merecer.
É a contingência maior de quem precisa.

-Arnaldo jabor-

quinta-feira, abril 15, 2010

Chega de palhaçada!


Já faz tempo, venho notado algumas atitudes de algumas pessoas em minha vida.
O grau de envolvimento. O sentido de amizade. O valor que dão na mesma.
Por alguns momentos, me entristeço.
Por outros, me conformo.
A vida é assim mesmo.
A gente sempre espera muito das pessoas, mas elas não podem nos dar.
Eu posso.
Mas agora vou oferecer bem menos também.
É aquela frase: "tem gente que dança conforme a música".
Eu não.
Eu danço a minha música, que é sempre a mesma em qualquer situação.
Sou eclética, mas sou fiel.
Mas também, agora, adoto a seguinte frase, do querido Frejat: "chega de passar a mão na cabeça de quem te sacaneia".
Porque eu sou a idiota que ainda acredita na veracidade de sentimentos das pessoas.
Mas estou deixando de ser.
Infelizmente, como diria uma outra pessoa, que não me lembro:"numa sociedade de lobos, é preciso aprender a uivar".
E é isso que estou fazendo.
Tiro uma pausa para pensar nessas coisas.
E outra para colocá-las em prática, na minha vida.
Agora vai ser assim.
Posso ser boazinha, mas não sou palhaça.
Allea Jacta Est.

sábado, abril 10, 2010

A alegria na tristeza


O título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se "Alegría de la tristeza" e está no livro "La vida ese paréntesis" que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada.

- Martha Medeiros -