quinta-feira, outubro 16, 2008

O que não tem fim


Dentre tantas coisas finitas
Uma há que não se acaba.
Aquela coisa que mata a gente
Que destrói e não sobra mais nada.
A não ser um cansaço imenso
De uma vida tantas vezes carregada
Há um vazio preenchido por um lamento
Contornado por uma voz quase engasgada.
Esse soneto é só pra aliviar um pouco a dor
De quem tantas vezes tentou disso se livrar.
Se é um soneto isso, tampouco sei.
Sei que a dor é grande e não vou suportar.
Tanto faz o que pensem, pensam ou vão pensar.
Aquela estrada está vazia mas pronta pro meu caminhar.
Onde me levará não sei e procuro não imaginar.
Aqui é que não dá mais pra ficar.
Sei agora que isso jamais será um soneto
É apenas a bandeira da paz
Da trégua que peço
Do som do meu berro.
Dos meus passos firmes.
Da minha força nas mãos.
Do choro na minha cara.
Mas da fé que trago aqui dentro.
Dos traumas dispertos.
Traumas que, como um gigante adormecido, acordou.
Uma merda.
Mas agora vou-me embora pra Parságada
Pois lá, DEVO ser amiga do Rei.
Lá todo mundo é igual.
Todo mundo é REI.
As rimas se perderam agora.
Como se perderam de mim todas as coisas em que eu acreditei.
Me iludi.
Só me resta caminhar pra bem longe
E levar os melhores comigo.
E o que me mata deixar bem pra trás
Vou...
Caminhando e cantando.


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