Eu fui à Floresta porque queria viver livre. Eu queria viver profundamente, e sugar a própria essência da vida... expurgar tudo o que não fosse vida; e não, ao morrer, descobrir que não havia vivido. Henry David Thoreau
pensador
Um ator não é exatamente um ser humano. Mas pensando bem, quem é?
<p>Mulheres geniais pelo excesso da seda, mães<br>do ouro<br>vagaroso.<br>Sopram a lua pela boca dos púcaros.<br>A força de labareda, as porcelanas <br>apuram-se, altas,<br>nos dedos. E elas medem girassóis pupila a pupila, <br>paisagens,<br>rasgões da água. Entre os braços arrebatam-se <br>cereais, fogo.<br>A escrita suprema de imaginar por música <br>as coisas: louças, comidas, roupas.<br>Num inebriamento de beleza composta em número. <br>Deitam leite nos cântaros.<br>E inclinam a cara, vêem no precipício<br>a altura voltada daquela arte da vertigem<br>de que são o centro. Se mungem o gado, esplendem<br>de pêlo e segredo, abaladas pelo bafo<br>do fundo: uma vaca é um jarro sumptuoso<br>com o rosto delas, oculto<br>e húmido, o rosto movido a luz.<br>Uma camélia soprada.<br>E as mãos pensando sempre.<br>Quem se banha nessas ribeiras fêmeas escoando-se <br>nas imagens fica infuso, os membros <br>em raio de estrela.<br>Está molhado pelo coração dentro.<br>Quando pelas suas ciências elas param na memória. <br>Quando se abre uma ferida. Quando a ferida <br>sangra.<br>Não toques nos objectos imediatos.<br>A harmonia queima.<br>Por mais leve que seja um bule ou uma chávena, <br>são loucos todos os objectos.<br>Uma jarra com um crisântemo transparente <br>tem um tremor oculto.<br>É terrível no escuro.<br>Mesmo o seu nome, só a medo o podes dizer. <br>A boca fica em chaga.<br> </p>
Atriz, professora de Artes em geral, artista plástica.
Um pouco inventora. Um bocado sonhadora.
Esperançosa, na maior parte do tempo. Na outra, um pouco desconfiada. Amante da boa mesa, de bons vinhos, bons amigos, boas conversas. Cinéfila assumida.Devoradora de livros. E de rock'n'roll!!! Ainda acreditando num mundo melhor.Mãe full time.